domingo, 22 de janeiro de 2012

Cap. 1 - Put your troubles aside, start livin!

Estou em algum lugar, está mal iluminado, mas parece-me familiar, consigo ver duas pessoas discutindo. Uma delas é minha mãe, tenho certeza, reconheceria aquele anel em qualquer lugar, era único.
Meu pai esta deitado, com a mão estendida para mim. Vou até ele, que me dá um pedaço de papel, pego e leio:
 “Entre na caixa e não saia de lá até que não ouça mais nada, depois corra para o mais longe que puder, não olhe para trás.”
Olho para o lado, vejo uma vela, com uma caixa ao lado. Olho para minha mãe, mal consigo vê-la, está escuro e tem alguém na frente dela, eles ainda estão discutindo sobre algo, não dou importância. Olho para meu pai.
-"Corra Alice.”
Engatinho até a caixa. Olho para o estranho, esta escuro demais para ver alguma coisa, a vela esta quase acabando. Entro na caixa e escuto a conversa.
-"Eu não vou assinar nada, Douglas!" diz mamãe.
-"Nem se eu machucar sua linda família, Catharine?" diz o estranho.
-"Se você encostar em qualquer um da minha família, eu juro que você ira se arrepender do dia que nasceu."
-"Ahh, vamos lá Cathy, você sabe que eu não vou machucar ninguém!"
Ele estava mentindo, dava para ouvir a nota falsa em sua voz.
-"Então porque Thomas não consegue se levantar?"
-"Não se incomode comigo, querida." diz meu pai, a voz calma.
-"É só um veneno que causa paralisia temporária, vê como ele consegue mexer da cintura pra cima? Só apliquei umas doses a mais, só isso."
-"Você não vale o ar que respira, Douglas."
-"Como você é chata, Cathy, assine logo isso que seu 'marido' fica bem!" diz com certa repulsa a palavra 'marido'.
-"Vá pro inferno!"
-"Chega!"
Ouço dois estalos, não, não estalos, dois tiros. Minhas mãos estão tremendo. Ouço passos rápidos, como se estivessem correndo. Quando dou por mim, estou fora da caixa, olhando para meus pais no chão, inertes.
O lugar fica mais claro, há um espelho na minha frente, meus olhos estão brancos, meus pés não tocam o chão. Mas mau reparo nisso, estou ardendo de raiva.
-"Alice." alguém sussurra.
Olho para os lados, não vejo ninguém, mas alguém está me chamando, e a voz é terrivelmente familiar, mas não consigo lembrar de quem é.
-"Alice."
Coloco as mãos nos ouvidos, não quero ouvir. O estranho continua me chamando.
-"Cale-se!" grito.
-"Alice.”
-"Me deixa em paz!”
-"Você é a próxima.”.

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